terça-feira, 27 de setembro de 2016



Teoria Musical Básica

By Anderson Ribeiro
     1. Notas Musicais

Basicamente existem sete notas musicais:

        Mi        Sol          Si

Esta é a sequencia em que elas encontram-se. Estas notas são graficamente representadas pelas letras do alfabeto, respectivamente:

C       D      E       F       G       A       B


 


É imprescindível para o músico saber a grafia das notas, pois as mesmas foram criadas com a função de facilitar na hora da leitura musical.

Obs.: A grafia das notas musicais sempre deve ser escrita com as letras maiúsculas para não perdermos a referencia, por exemplo, na leitura de uma musica cifrada.

  2.   Acidentes musicais, Enarmonia, Tom (T), Semitom (ST)

As notas musicais são representações escritas das principais tonalidades existentes emitidas repetidamente pelos instrumentos.

O que diferencia a melodia do barulho, segundo o grande músico e mestre brasileiro, Hermeto Pascoal, é a regularidade do som, pois a assim como as notas musicais exercem certa regularidade que pode ser interpretada pelo cérebro, o som vindo de automóveis e eletrodomésticos, dentre outras, não possuí a mesma regularidades, sendo muito mais difícil ao ouvido humano fazer diferenciação precisa quanto a sua tonalidade.

Enfim, cada nota representa um som específico que se repete ao longo das escalas, que podem ser mais graves ou agudos. Entende-se usualmente que sons mais graves são aqueles mais “grossos” e os agudos os mais “finos” e geralmente podemos fazer esta diferenciação nos instrumentos, como por exemplo no teclado, os mais grave tocando notas mais a esquerda e mais agudos tocando notas mais a direita.

Obs.: Vale lembrar que basicamente todos os instrumentos melódicos, como teclado, violão, harpa, violino, flauta, dentre outros tem o mesmo esquema de formas diferentes.

                                       <<<<<<<< Grave  ==========   Agudo  >>>>>>>>>>>>>

       No exemplo 1:                                                                         No exemplo 2:

       C  D  E  F  G  A  B                                                              F  G  A  B  C  D  E  F  G  A

No exemplo 1 podemos compreender que a nota mais grave e de menor tom é o C, pois encontra-se mais a esquerda na sequencia e o mais agudo B. No exemplo 2 a nota mais grave é o F e o mais agudo A.

Existem algumas variações nas notas que chamados de acidentes, que se localizam entre algumas notas vistas anteriormente, e estão localizados entre as notas:

C e D     D e E      F e G      G e A     A e B

 

 

Estes são representados por 2 símbolos:



# = sustenido

                 ᵇ = bemol



                O sustenido (#) eleva uma nota em meio tom (= + ½T = + 1ST);

                O bemol (ᵇ) abaixa uma nota em meio tom  (= - ½T = - 1ST);



Praticamente os 2 tem a mesma funcionalidade, apenas diferenciando-se na forma como são vistos. Isso é chamado de ENARMONIA, ou seja, são notas enarmônicas. O sustenido é usado principalmente quando representamos os acidentes que vão ficando mais agudos (ascendente) e o bemol em acidentes que vão ficando mais graves (descendente). Sendo assim temos:



C# ou Dᵇ = entre C e D
D# ou Eᵇ = entre D e E
F# ou Gᵇ = entre F e G
G# ou Aᵇ = entre G e A
A# ou Bᵇ = entre A e B

Ficando a sequencia completa com os acidentes:

C         C#      D         D#      E         F         F#       G        G#      A         A#      B         C
ou
C         Dᵇ       D         E        E         F         G       G        A       A         B       B         C

Também entende-se como Tom e Semitom as diferenças de posição de uma nota para outra fazendo-se a soma ou subtração de semitons (ST). Por exemplo:

 C para D temos 1 Tom
 F para G temos 1 Tom
E para F temos ½ Tom ou 1 Semitom
D para D# temos ½ Tom ou 1 Semitom

Então entendemos no geral que cada nota é equivalente a um semitom que vão somando-se. Por exemplo, se somarmos C + 2,5 T (= 5 ST) teremos F.

Obs.: E e B não admitem # e C e F não admitem ᵇ.


     3. Tipos de Escalas (maiores, menores, natural e cromática)



Como citado anteriormente, existem na música escalas que é o nome dados para sequencias de notas. Existem vários tipos de escalas, mas vamos abordar apenas as mais importantes: natural, cromática, maior e menor.



3.1 Escala Natural:



A escala natural é composta pelas notas básicas vistas no começo do estudo, que seriam no teclado as teclas brancas:



       C             D             E             F             G            A             B             C



3.2 Escala Cromática:

A escala cromática é a mesma vista anteriormente adicionando os acidentes, sendo assim ela pode ser ascendente (utilizando-se o sustenido) ou descendente (utilizando-se o bemol):

Ascendente:       C     C#     D     D#     E     F     F#     G     G#     A     A#     B     C
Descendente:    C     Dᵇ     D     Eᵇ      E     F     Gᵇ     G     Aᵇ     A     Bᵇ       B     C

3.3 Escala Maior (modelo C):

 A escala maior é o padrão de sequencia de notas maiores para todos os outros tons em se tratando do campo harmônico (que veremos mais adiante) e obedecendo a uma fórmula levando em consideração a adição de semitons como visto anteriormente:

           +1T        +1T      +1/2T     +1T        +1T        +1T     +1/2T
     C             D             E             F          G         A            B             C

3.4 Escala Menor (modelo Am):

Da mesma forma que a escala Maior a escala menor será padrão para o campo harmônico de acordes menores:

          +1T       +1/2T     +1T        +1T     +1/2T       +1T       +1T
                               A               B                 C               D                E               F            G          A


      4. Grau das Notas e Tipos de Acordes



As notas também são classificadas em graus que vão estar dependentes da sua posição em relação ao Tom da música. Vamos tomar como exemplo a escala de C




              I   II   III   IV   V   VI   VII   VII   IX   X   XI  XII    XIII

             1º  2º   3º    4º   5º   6º    7º      8º    9º  10º 11º 12º    13º
           C   D   E     F   G   A     B       C     D   E   F    G       A


Levando em consideração o exemplo anterior, E é a 3º em relação ao C, assim como A é a 6º, o segundo C a 8º e assim por diante. Através destes graus é que definimos os Acordes.



Acorde é a harmonia de mais de uma nota tocada ao mesmo tempo e que deve estar dentro do campo harmônico (que será o próximo assunto). Geralmente as acordes são formadas de no mínimo 3 graus da escala: a Tônica (1º), Terça (3º) e Quinta (5º), formando uma TRÍADE. Por exemplo, para a escala de C, temos:



Acorde de C:     C             E             G



Como nas escalas, também temos vários tipos de Acordes, mas veremos apenas os 4 principais: Maiores, Menores, Diminutos e Invertidos.

Obs.:
- As notas/acordes Maiores são representadas apenas pela cifra ou por um “M”, por exemplo: “C” ou “CM”;
- As notas/acordes Menores são representadas acrescentando-se um “m”, por exemplo: “Cm”;
- As notas/acordes Diminutas são representadas acrescentando-se um “º”, por exemplo: “Cº”;
- As acordes Invertidas são representadas acrescentando-se uma “/” definidas pela inversão, por exemplo: “C/E”. 


 
4.1   Acordes Maiores:



Aqui devemos começar a aplicar a fórmula anteriormente vista na escala maior e os graus das notas. Por exemplo para D, temos:


Tons
+1T
+1T
+1/2T
+1T
+1T
+1T
+1/2T

Graus

Notas
D
E
F#
G
A
B
C#
D

Acorde
D

F#

A






4.2   Acordes Menores:



Aqui também devemos começar a aplicar a fórmula anteriormente vista na escala menor e os graus das notas. Como exemplo de Dm:


Tons
+1T
+1/2T
+1T
+1T
+1T
+1/2T
+1T

Graus

Notas
D
E
F
G
A
B ᵇ
C
D

Acorde
D

F

A




 

4.3   Acordes Diminutos:



Aqui temos uma pequena diferenciação, pois ao invés de dois 1/2T e cinco T, temos três 1/2T e quatro T, ou seja, uma nota a mais, para :


Tons
+1T
+1/2T
+1T
+1/2T
+1T
+1/2T
+1T
+1/2T
Graus

Notas
D
E
F
G
G#
B ᵇ
B
C#
D

Acorde
D

F

G#





 

4.4   Acordes Invertidos:



Os acordes invertidos seguirão os mesmos esquemas das escalas e acordes anteriores, mas deverão ter a Tônica de acordo com a inversão da nota que pode ser na 3º ou na 5º. Por exemplo, D:

                                                                           

D/F# (inversão na 3º):                 F#           A             D



        5º                     

D/A (inversão na 5º):            A             D             F#




      5. Campos Harmônicos (CH)

Podemos entender o campo harmônico como sendo a junção das escalas e acordes que estão em uma mesma harmonia. É essencial que todos os conceitos apresentados anteriormente estejam bem claros para haver entendimento sobre os campos harmônicos.

O campo harmônico está totalmente ligado ao Tom em que a música será tocada. Sabendo o campo harmônico saberemos todas as acordes e notas que farão parte da melodia.

Podemos sintetizar o campo harmônico, em relação aos acordes como (sendo “M” de maior e “m” de menor e “º” de diminuto):

- Maiores:          1º(M)    2°(m)    3º(m)    4º(M)    5º(M)    6º(m)    7º(º)      8º(M)
- Menores:        1º(m)    2º(º)      3º(M)    4º(m)    5º(m)    6º(M)    7º(M)    8º(m)

Por exemplo com Tom da música em Em:

Notas do CH:                    E             F#           G            A             B             C             D             E
Acordes do CH:                Em           F#º         G            Am         Bm           C             D             Em

Por exemplo com Tom da música em E:

Notas do CH:                    E             F#           G#          A             B             C#          D#          E
Acordes do CH:                E             F#m        G#m        A             B             C#m       D#º        E

Obs.: Lembrando que podemos usar todas as inversão de todas as acordes do CH, além de outros graus da escala como 7º, 2º, 4º e outros.

     6. Notas/Escalas relativas e de passagem/preparação

Existem algumas notas/escalas chamadas de relativas em que notas/escalas que podem ser executadas no lugar de suas relativas. Geralmente essas notas são a 6ºm se o tom for M ou a 3°M se o tom for menor.

Por exemplo:
Tom >> relativa
Em >> G
D >> Bm

Geralmente as notas de passagens são inversões de acordes do CH que podem fazer uma ponte para outra Acorde dentro do CH. Por exemplo, temos uma música em C:

Passagem de C >> F:       C             G/B        Am         G            F
Passagem de Dm >> F:   Dm           C/E         F

Existem algumas notas/acordes de preparação dentro do CH, que se dividem em:
-acordes de preparação (tom C):
5+, resolve na 4º. Ex.: G5+ >> F
7, resolve na 4º. Ex.: G7 >> F

-acordes dependentes:
4(sus): resolve na 3º
4+ resolve na 5º

 

 
    7.    Compassos e tempo musical

De uma forma grotesca, podemos dizer que o compasso é ritmo em que a música irá ser executada. O compasso também pode ser chamado de pulsação. O “tempo” é o tempo que leva para um compasso ser executado.

Existem basicamente 3 tipos de compassos, que podem sofrer variações dependendo da música. São eles:

4/4 (quaternário): 4 batidas em 1 tempo. Por exemplo: A maioria das músicas
3/4 (ternário): 3 batidas em 1 tempo. Por exemplo: Valsa
2/4 (binário): 2 batidas em 1 tempo. Por exemplo: Jingle bells

Então, se estou tocando uma valsa, cada tempo de nota deverá durar 3 batidas. Geralmente a música é levada em todo o tempo no mesmo compasso.

Obs.:
- Não confunda o tempo com a velocidade da música. O tempo só depende da quantidade de pulsações e não da velocidade em que a música será executada.
- É essencial para um músico que quer estudar essa área ter um metrônomo que pode ser o próprio equipamento, uma função no teclado ou um aplicativo no celular.


   8.    Modulação

A modulação nada mais é do que a mudança de um CH para outro dentro de uma mesma música. Para haver a modulação geralmente são usadas notas de preparação, mas isso não é uma regra e vai depender muito da maturidade musical dos músicos envolvidos para fazer isto.

Para modulação devem ser aplicados os ensinos sobre tons e semitons, pois a modulação é justamente a adição ou subtração de tons ou semitons.

   9.  Transposição

Se podemos dizer que a modulação é o ato on-line de mudança de CH, a transposição é o off-line. É o ato de saber a alteração que será feita em cada nota e acorde depois da mudança de tom. Por exemplo, se uma música começa em C e posteriormente aumenta 1/2T, todas as notas e acordes C serão C# e assim por diante com as outras notas/acordes da música.





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